(Foto ANAAS)
que arrancassem aos céus o Sol e a Lua
que aplanassem a curva a cada serra
os vales fossem coisa morta e nua
dos mansos rios e dos meigos lagos
que morressem miosótis e boninas
murchassem as carícias e os afagos
mortos os entes pelo globo além
e que a vida ficasse triste e erma
sem oásis sem nada sem ninguém
inda havia na terra o paraíso
Porto, Corpos Editora, 2.ª edição, 2005