terça-feira, 27 de abril de 2010

Anthero Monteiro e Onda Poética no Serão Republicano






























Anthero Monteiro, Diana Devezas e Gilberto Pereira representaram a Onda Poética no Serão Republicano, realizado no dia 22 de Abril, no Centro Multimeios de Espinho, onde leram alguns poemas, como "O Melro" de Guerra Junqueiro e "Caranguejola" de Mário de Sá-Carneiro.
Grande noite de música, poesia e teatro.

(Fotos in
http://www.espinho.tv)


É já amanhã, quarta-feira, mais uma sessão das Quartas Mal Ditas, desta vez subordinadas ao tema POESIA & JAZZ.

Leituras dos habituais tertulianos "residentes".

Intervenção musical do Duo 2 P´RA JAZZ, com Francisco Seabra no piano e a voz de João Belchior.

Coordenação de:

Anthero Monteiro e
Francisco Seabra

terça-feira, 20 de abril de 2010

Anthero Monteiro e Sara Príncipe na Escola da Bandeira







































































































O poeta Anthero Monteiro e Sara Príncipe, ilustradora dos seus livros A LIA QUE LIA LIA e A SARA SARDA-PINTADA, estiveram ontem na Escola Básica da Bandeira, em V. N. de Gaia, em contacto com alunos e professores. O poeta leu alguns dos poemas daqueles livros e Sara Príncipe falou da arte da ilustração, tendo ambos respondido também a questões que lhes foram colocadas.
As imagens são bem eloquentes quanto à atenção e participação dos alunos naquele encontro. Não venham dizer-nos que as crianças não gostam de Poesia. Aliás, será difícil dizer quem regressou a casa mais motivado para este tipo de iniciativas.
(Fotos A.M.)

terça-feira, 13 de abril de 2010

O som das letras



Sexta, 16 Abril,
espectáculo de
Poesia & Jazz
no Multimeios
de Espinho,
às 21.30 h.

a Onda Poética
associa-se ao duo
2 p´ra Jazz,
com leituras de
poemas de David
Mourão Ferreira,
Papiniano Carlos,
João Pedro Mésseder,
Manuel de Freitas,
Almada Negreiros,
Ary dos Santos,
António Jacinto,
José Gomes Ferreira,
Ricardo Mainieri,
João Candeias e
Levi Condinho.

Dia 16, Poesia & Jazz no Tucátulá (Espinho)


Sexta-Feira próxima,
a Onda Poética e o
grupo 2p`raJazz
actuarão em conjunto
no Multimeios de Espinho,
às 21.30 horas, num
espectáculo denominado

O SOM DAS LETRAS

Entrada livre

Veja ainda os demais
eventos do próximo
fim-de-semana
no TUCÁTULÁ

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Onda Poética no Tucátilá - Espinho

Instalação Poética em Vila do Conde



Cartaz e programa de iniciativas relacionadas com a instalação poética "Entre o Livro e a Liberdade", que se realizará entre os dias 23 e 25 de Abril próximos, de acordo com o que aqui já foi anunciado.

Os poemas para a instalação podem ainda ser enviados até ao dia 19 do corrente.

Nós já enviamos os nossos.


Por que espera?

domingo, 11 de abril de 2010

Ribeira










Foto A.M.









Mãe do olhar sem retorno
e da pedra levantada.
Mãe do embalo das águas
limando as arestas do cais.
Mãe dos barcos encalhados
nos baixios da memória.
Mãe dos muros, das colmeias,
do arco de ferro sombrio.
Mãe da luz e da neblina
e das águas sublevadas.
Mãe das refregas perdidas
e da dor dos afogados.
Mãe das vozes estridentes
e dos amantes sem horas.
Mãe dos velhos que beberam
a última gota de céu.
Mãe dos homens que partiram
e daqueles que voltaram.
Mãe das mulheres que acendem
o lume primeiro do dia.
Mãe dos meninos nascidos
da verde placenta do rio.

João Pedro Mésseder, Porto Porto,
V. N. Gaia, Calendário das Letras, 2009

sábado, 10 de abril de 2010

Cidade equestre








Desenho de
Luís Veiga Leitão

in op. cit.










A cidade equestre
No rio mergulha
Seus cascos de granito
E sobe
A galope
Encosta arriba

Num salto a prumo
(Lá onde o casario morre)
Upa!
É uma torre

Torre de pedra e nuvem
De pássaro de fogo
De corpo de mulher
Torre de tudo e de quanto
O sonho
A palavra o canto
Pode e quer.

Luís Veiga Leitão, «Linhas do Trópico», 1977,
in Obra Completa, Porto, Campo das Letras, 1997

Poeta e artista plástico, n. em Moimenta da Beira em 1912 e f. em Niterói - Brasil em 1987.
Militante antifascista, foi demitido pelo regime de Salazar de escriturário da 7.ª Brigada Cadastral da Federação dos Vinicultores da Região do Douro e obrigado a exilar-se. Foi membro do grupo literário Germinal.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Domingo




















Porto, domingo. Morre de cansada
a tarde ruiva de olhos azulinos,
isto apesar de não ter feito nada
pois que guardou os ócios citadinos.

Foi para a Foz, levou a pequenada
para os folguedos próprios dos meninos,
e a certa altura estava tão corada
como quem bebe largos vinhos finos.

Agora esvai-se e mancha de vermelho
os vidros altos deste Porto velho
que muito preza as tardes domingueiras.

É que amanhã começa uma semana
de luta imensa e inveja e luta insana,
uma infernal semana de canseiras.

Manuel de Oliveira Guerra, Caminho Longo,
Porto, Papiro Editora, 2006


Nasceu em Oliveira de Azeméis, em 1905.
Morreu no Porto em 1964.
Era filho de de um operário vidreiro da Marinha Grande, que viria a tornar-se industrial do mesmo ramo em Oliveira de Azeméis. Manuel estava destinado a colaborar com o pai, mas uma grave doença óssea obrigou-o a ficar internado, aos onze anos, no Sanatório Marítimo do Norte, em Francelos, onde permaneceu outros 11 anos, aí fazendo os seus estudos liceais com o apoio de uma professora.
Foi autor de uma colectânea de poemas intitulada Padre... Nosso, que escreveu em pouco mais de um mês e se esgotaria em quinze dias. A segunda edição e a publicação de um novo livro, agora intitulado Ave Maria, na esteira do primeiro, foram sendo adiadas por questões de ordem religiosa, política e familiar. Casado, decidiu viajar sozinho para o Brasil, onde permaneceu durante algum tempo. Quando regressou, verificou que tinha sido deserdado e que se esboroara tudo quanto deixara, vendo-se obrigado a estabelecer-se no Porto com uma loja de vidros. Em 1960, reedita o seu primeiro livro e começa a edição dos inéditos., que incluem poesia e contos. Militante da aproximação luso-galaica, foi director da revista Céltica, publicando 4 números.

Para saber mais sobre Manuel Oliveira Guerra, ler:

Anthero Monteiro, «Os Sonetos Anticlericais de Oliveira Guerra (No Centenário do seu Nascimento)» in Luís Machado de Abreu (coordenação), Incidências Anticlericais, Centro de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, 2006

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um galo azul na manhã do Porto





Henrique Pousão,
A Casa das
Persianas
Azuis











Era um galo azul na manhã do Porto.
O campo com castelo em ruínas e os patos no charco.
O banho
sob a ponte do Senhor Dom Luís a luta
espreitando da muralha. S. Jorge
S. Jorge por quem gritam os portugueses.

Foi uma cena devoniana de grande efeito
os peixes devorando o rei vindo de Itália
romântico
românticas são as cabras das Montanhas Rochosas
criaturas de Camilo fazendo comércio e indo
ainda hoje setembro de setenta e oito
de bigode encerado criada fardada levando o
carrinho de bebé
rodas altas capotinha azul.
A mulher envolta em rendas negras. Vão
jantar na varanda sobre o rio.
O cor de rosa os pequenos nevoeiros.

O Porto é descer descer até ao Douro e
o retrato de uma mulher tocando arco por
detrás de uma janela de Matosinhos
porque cinzentos eram os dias mais os poemas do Nobre.
Vou de azulejo em azulejo
não há nenhuma igreja nenhum café onde não
entre. O Porto mais as escadas da Lello
as calhas espaçadas dos eléctricos o galo azul
tão azul nas manhãs de S. Lázaro
no meio-dia dos passeios de tão azul o quero
pelos cinzentos dias.

Do azul da torbenite
crosta de prismas entrelaçados cidade
mais próxima da Primavera de Alice que de Lisboa
fica longe é imoral que lá não possas ir
ao menos ver Pousão e ouvir o bispo

merde pour celui qui ne le regarde point!

João Miguel Fernandes Jorge,
in Eugénio de Andrade, Daqui Houve Nome Portugal (Antologia)

Artes finais










O empregado da Funerária
bebia a sexta cerveja dominical
ao balcão. Estávamos, por
bizarro que pareça, na Rua do Paraíso
e lia-se na montra vizinha
do fornecedor de urnas
(24 horas por dia), pintada
em letras douradas, a palavra
armador. Reparti a minha atenção
entre essa palavra e a cerveja alheia.
Viajei com a família
verbal: pelas armadas marítimas,
por ítacas, bojadores e gamas,
por elmos de quixote, toucados, presépios
e outra literatura, mas não consegui
fugir à extinção visível
do nível da cerveja no fino do
funcionário.

Inês Lourenço, Logros Consentidos

visto da margem sul do rio o porto








Foto A.M.







visto da margem sul do rio o porto não explode

sob a tarde de verão, a água reflecte

renques de casario humilde a encastelar-se

irregular em ocres e granito, manchas, vãos, recatos.

----

é quando os jacarandás se fazem desse azul mais surdo

do anoitecer e concentram uma ameaça do tempo

contida nas cores tensas das fachadas, a entrecortar

os jardins do crepúsculo aprendidos de cor.

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além umas arcadas, um cais, o traço grosso a carvão

dos encaixes da ponte armada em ferro, a muralha,

o deslizar da luz para poente, tudo

uma dramática placidez escurecendo a ribeira, um vidrado

---

de presenças esquecidas, palhetas de ouro fosco, sobre as barcaças

abandonadas, quase ao alcance da mão, da voz, da alma, é quando

a música há-de vir, lentamente elaborada na memória,

como um sopro da infância e do indizível do mundo.

---

são estes sons de nada, estes voos que perpassam,

estas estrias da sombra de ninguém

sobre o curso do rio, como nuvens para esta hora, a

encrespar-lhe de leve a superfície.

---

enquanto parte algum comboio atrasado,

um avião se esvai ao longe, os escritórios fecham,

quero um barco pequeno para a minha travessia,

para a minha chegada e para a minha partida,

---

para andar entre as margens ou seguir a corrente

até s. joão da foz ver as últimas gaivotas

ainda antes da noite, respirar um não sei quê que se desprende

da travessia, a atravessar-me,

---

halo vindo das camélias, perfume de penumbras

de mulher, ou para sempre e para nunca mais

um pó da lua na cantareira e na afurada

devagar a acender-se mais rente ao coração.

---
Vasco da Graça Moura, Poesias 1997/2000,

Lisboa, Círculo de Leitores

domingo, 4 de abril de 2010

O Porto aqui tão perto



Foto in
www.portugal
-tchat.com









Vá comboio meu comboio
carrega na velocidade
pára só quando chegarmos
à cidade

Olá cidade do Porto
a lágrima ao canto do olho
estava fechada há que tempos
com um ferrolho

Custou tanto a chegar
mil e uma peripécias
quando menos se espera
o diabo tece-as

Ai eu estive quase morto
no deserto
e o Porto
aqui tão perto

Mal chegado vislumbrei
dois amigos do alheio
vasculhando a minha caixa
do correio

Ah tratantes apanhei-vos
com a boca na botija
com certeza não esperam
que eu transija

Não é nada do que pensas
viemos trazer-te um recado
que nos foi entregue
por um embuçado

Ai eu estive quase morto
no deserto
e o Porto
aqui tão perto

Sérgio Godinho

Hora de ponta




Rosa Alice
Branco
(Foto A.M.)









Apanhar um lugar a esta hora é uma sorte, poder olhar
pela janela e fingir que tenho imunidade diplomática,
que estou de lá do vidro com o hálito das folhas, o sabor
a hortelã e um ar fresco interrompido pela velha senhora
a quem cedo o assento e um sorriso enquanto me agradece
de nada, de ir agora em pé empurrada, de cá do vidro
a apanhar uma overdose de realidade com o bafo quente
do homem gordo na minha orelha, com a mão livre
apertada contra o peito contra o visco da hora apinhada
na minha pele pública, na minha pele de todos.
No banco em frente uma mulher afaga a neta com o sorriso
doce e cansado, os olhos brilhantes; a candura intacta
toma-me toda como se eu fosse um anjo
descendo à terra com um corpo real para que a minha pele
receba a dádiva da tua, aceite os cheiros de um dia de trabalho,
o calor excessivo, a proximidade insustentável e leia no teu rosto
cada mandamento nos solavancos que nos atiram uns para
os outros. No teu rosto à hora de ponta aprendo a compaixão
até sair na próxima paragem com um suspiro de alívio.

Rosa Alice Branco, Da Alma e dos Espíritos Animais

sábado, 3 de abril de 2010

Névoa







Foto: A.M.







(A Albano Nogueira)



Abraçada à noite,
a névoa desce sobre a terra.

Imprecisamente,
como se a névoa fosse dos meus olhos,
vejo o casario e as luzes do outro lado do rio.
Mais à direita, ao longe,
são já da névoa a praia, o mar.
Ouve-se apenas o ronco do farol
- um som molhado.
Para o lado dos pinhais,
anda a bruma a fazer medo
e a pôr mais pressa nos passos de quem foge.

Não há luar, não há estrelas.
De novo olho par o rio.
Não sei se o vejo:
anda a névoa, já, com ele,
e os meus olhos não dizem o que é bruma, o que é rio.
E ela não pára,
avança ao meu encontro.

Cerca-me.
E eu tenho, só,
orvalho nas árvores do jardim,
gotas de água que se partem na alameda,
o ar húmido que me trespassa,
o molhado ronco do farol,
os cabelos encharcados
e pensamentos de névoa

Alberto de Serpa

Nasceu no Porto em 12 de Dezembro de 1906.
Faleceu na mesma cidade em 7 de Outubro de 1992.

Eugénio e os pintores






Belas Artes,
no Porto,
perto de
S. Lázaro






sei de pintores que se inquietavam por
pressentirem uma relação entre a cor e a palavra.
era nos anos sessenta em s. lázaro, quando
a luz entardecia, muita gente se afadigava no
----
lento regresso a casa, as aves recolhiam e
eles sabiam que havia alguém para falar
das águas e das luas e da sombra
das cores, dos gestos entre as hastes e os farrapos
---
do silêncio. seria à mesa do café, numa
sala cheia de livros, num vão de escada a caminho
do atelier que lhe propunham essa
revisita das fontes, das perturbadas melancolias

que ele havia de dizer por palavras no papel.
mostravam-lhe os trabalhos, esperando as
justas perífrases, os ritmos em que haviam de rever
a sua fome do real nas artes da pintura.

era o cruzar das solidões comovidas: tudo
seria reescrito, portuense, partilhado
com uma densa, irisada exactidão, lá onde
umas pétalas da música começam

a partir de uma cor ou de um murmúrio,
de um rosto ou de uma nuvem,
de uma explosão do sol, de uma agonia.
era nos anos sessenta, era em s. lázaro.

Vasco Graça Moura, Poesia 1997/2000, Círculo de Leitores

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Rua de Camões





Inês Lourenço
que nasceu na
Rua de Camões






A minha infância
cheira a soalho esfregado a piaçaba
aos chocolates do meu pai aos Domingos
à camisa de noite de flanela
da minha mãe

Ao fogão a carvão
à máquina a petróleo
ao zinco da bacia de banho

Soa a janelas de guilhotina
a desvendar meia rua
surgia sempre o telhado
sustentáculo da mansarda
obstáculo da perspectiva

Nele a chuva acontecia
aspergindo ocres mais vivos
empapando ervas esquecidas
cantando com as telhas liquidamente
percutindo folhetas e caleiras
criando manchas tão incoerentes nas paredes
de onde podia emergir qualquer objecto

E havia a Dona Laura
senhora distinta
e sua criada Rosa
que ao nosso menor salto
lesta vinha avisar
que estavam lá em baixo
as pratas a abanar no guarda-louça

O caruncho repicava nas frinchas
alongava as pernas
a casa envelhecia

Na rua das traseiras havia um catavento
veloz nas turbulências de Inverno
e eu rejeitava da boneca
a imutável expressão

A minha mãe fazia-me as tranças
antes de ir para a escola
e dizia-me muitas vezes

Não olhes para os rapazes
que é feio.

Inês Lourenço, Um Quarto com Cidades ao Fundo,
Vila Nova de Famalicão, Quasi Edições, 2000, 1.ª d.

She lives by the castle





Grande Hotel
de Paris,
no Porto







Meu amor - assim começavam
quase sempre os poemas
de que menos conseguia gostar.
Mas é verdade (a verdade
e a retórica nunca se entenderam)
que um bando de gaivotas atravessa
o pouco céu que vai da Sé aos Clérigos.

Tu dormes; nunca estivemos aqui.
A cortina por levantar, de um amarelo
duvidoso, a varanda sobre ruínas,
casas onde morou gente,
telhados abatidos que me servem
de cinzeiro. Tu dormes,
rosto abertamente escondido
sob lençóis brancos, almofadas
com brasão, espelhos dos anos vinte,

Não sabes, não sabemos, de melhor castelo.
Ignoras devagar os motivos que
em breve nos farão descer do quarto
209, Grande Hotel de Paris,
atentos aos primeiros sinais do nada.

E assim, meu amor, acaba este poema.

Manuel de Freitas, Intermezzi, Op. 25

Rua de Miragaia






Foto A.M.













Se vieres dos lados da Ribeira,
depressa reparas como
os preços descem e a miséria
aumenta em esplanadas
de improviso, e ficam mais
tristes e humanas as janelas.

Chegaste a Miragaia
e quase não mentes
se lhe chamares destino.

Manuel de Freitas, Intermezzi Op. 25

Campanha "Poesia à Mesa" - Algumas fotos





























Ainda algumas fotos da semana de 13 a 20 de Março em S. João da Madeira, onde decorreu a campanha "Poesia à Mesa", um conjunto de já tradicionais eventos comemorativos do Dia Mundial da Poesia.
Foi uma honra e um enorme prazer ter lá estado como convidado e foi animador ver o destaque que foi dado à Poesia: os livros nos balcões dos restaurantes, cartazes alusivos aos poetas alvo de homenagem, escolas a receberem os poetas, plateias de jovens atentos às leituras e ao diálogo com eles, outros interessados em participar. Enfim, um ambiente acolhedor às palavras e aos que as sabem usar de forma diferente de todos os dias. Até as minha amigas magnólias souberam engalanar as ruas da cidade para os receber como merecem, pelo menos nestes dias, pois nos outros os poetas e os poemas são completamente esquecidos.

Anthero Monteiro