sábado, 10 de abril de 2010

Cidade equestre








Desenho de
Luís Veiga Leitão

in op. cit.










A cidade equestre
No rio mergulha
Seus cascos de granito
E sobe
A galope
Encosta arriba

Num salto a prumo
(Lá onde o casario morre)
Upa!
É uma torre

Torre de pedra e nuvem
De pássaro de fogo
De corpo de mulher
Torre de tudo e de quanto
O sonho
A palavra o canto
Pode e quer.

Luís Veiga Leitão, «Linhas do Trópico», 1977,
in Obra Completa, Porto, Campo das Letras, 1997

Poeta e artista plástico, n. em Moimenta da Beira em 1912 e f. em Niterói - Brasil em 1987.
Militante antifascista, foi demitido pelo regime de Salazar de escriturário da 7.ª Brigada Cadastral da Federação dos Vinicultores da Região do Douro e obrigado a exilar-se. Foi membro do grupo literário Germinal.