domingo, 16 de janeiro de 2011

Laranjas



Anthero Monteiro
e Edgar Carneiro
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São laranjas que trazem os navios.
Alinham-se no cais. Circulam na cidade

São esta cor das ruas e dos montes
Inundam a manhã de claridade

Ladeiam os caminhos
Como quem volta aos ramos

Em cada mão acendem a promessa
Tão viva que magoa nos sentidos

E túrgidas se mostram. Ardem. Pulsam.
No coração dos homens,
Redondas, como um gládio, amadurecem.


Edgar Carneiro, Antologia Poética,
Espinho, Elefante Editores, 1998
(com Introdução de Anthero Monteiro)
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Poema escrito antes do 25 de Abril, fala sobretudo da Liberdade que se pressentia. Nada tem a ver com partidos políticos.