Quero rir-me mas em vão
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
O riso de Felismundo
Quero rir-me mas em vão
que vida
assim não dá riso
pois já lá
diz o rifão
que quem se
ri sem razão
é porque
tem pouco siso.
Assim meu
riso é só um:
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
Meio doido
da cabeça
não me
responsabilizo
se me sair
este riso
que talvez
choro pareça
e não tem
jeito nenhum:
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
Ser feliz eu bem queria
e ainda que tenha fome
sou-o ao menos de nome
e finjo a enorme alegria
dos foguetes pum pum pum:
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
Mas é com
grande alvoroço
que rio mais
do que um momo.
Até parece
que como
riso ao
jantar e ao almoço
e assim não
fico em jejum:
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
Rir assim até me custa.
Pareço dono do mundo
mas sei bem que lá no fundo
pra muitos a vida é injusta.
Rir assim não é comum:
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
Mas não
quero entristecer
tudo quanto
me rodeia.
Por isso
tenho esta ideia
de rir sem
me apetecer
e sem ter
motivo algum:
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
ferrum fum
fum
Anthero Monteiro (inédito)
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