domingo, 9 de maio de 2010

Poema da tua mão



Imagem in
Le blog de Breven












este poema é para quem no apanhar


mas este poema nasce da geografia da tua mão

e na tua mão são duas as linhas da vida

aquela que te reservam os deuses perversos

e aquela que arquitecto nos meus sonhos

onde os teus caminhos são esteiras de luz

onde os teus anseios dobram o destino

e declaram nulos os divinos decretos


este poema é para quem no apanhar


mas se este poema veio da poesia da tua mão

este poema já tinha dono antes de ser poema

seria uma pena que o vento o levasse para outra mão

que não fosse ao menos a paga mínima

da poesia que soltas dessa palma

de onde brotam ainda mil promessas

e desabrocham pétalas de afago


este poema é para a mão que me apanhou



Anthero Monteiro

(inédito)