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Le blog de Breven
este poema é para quem no apanhar
mas este poema nasce da geografia da tua mão
e na tua mão são duas as linhas da vida
aquela que te reservam os deuses perversos
e aquela que arquitecto nos meus sonhos
onde os teus caminhos são esteiras de luz
onde os teus anseios dobram o destino
e declaram nulos os divinos decretos
este poema é para quem no apanhar
mas se este poema veio da poesia da tua mão
este poema já tinha dono antes de ser poema
seria uma pena que o vento o levasse para outra mão
que não fosse ao menos a paga mínima
da poesia que soltas dessa palma
de onde brotam ainda mil promessas
e desabrocham pétalas de afago
este poema é para a mão que me apanhou
Anthero Monteiro
(inédito)