sexta-feira, 11 de março de 2011
POESIA SOBRE CARRIS: novo tema
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Foto: A.M.
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Se tivéssemos dúvidas sobre o hipótese de considerar os comboios como um tema poético, bastaria reler a Ode Triunfal de Álvaro de Campos:
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Eia comboios, eia pontes, eia hotéis, à hora de jantar,
Eia aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, mínimos,
Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar,
Engenhos, brocas, máquinas rotativas!
Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia! (...)
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E até os grandes desastres de comboios são bem-vindos à máquina de escrever do poeta.
Mas há muito mais na poesia destes monstros de ferro, que começam já a desaparecer: há as esperas, as partidas e as chegadas, a aspiração de viajar e conhecer, as saudades que apressam o regresso, o relógio da gare, as paisagens que voam ao nosso encontro, as pontes e os túneis, a noite e o dia, as histórias que se ouvem, as personagens que se encontram na carruagem, aquele ritmo que nos embala os sonhos.
Vamos assim partir para mais uma aventura:
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POESIA SOBRE CARRIS.