quinta-feira, 23 de maio de 2013

vazio
















olho o vazio
penso no vazio
engendro mais vazio
e dele me inebrio

abstenho-me de mim
do tempo e do lugar
de tudo o que acontece
e está p’ra acontecer

abro os olhos para trás
para nada mais ver
pra nada mais sentir
dentro ou perto de mim

estou longe muito longe
onde de mim não sei
sou feliz sou feliz
porque já não sou nada

e porque ébrio de nada

a
dor
meço

Anthero Monteiro (inédito)