quinta-feira, 10 de junho de 2010
1001.ª mensagem na PRAÇA DA POESIA
Foto Evaristo,
Espinho,
1949(?)
Esta é a 1001.ª mensagem da PRAÇA DA POESIA! E isso significa que por ela passaram já 332 poetas (ou outros escritores) e 25 temas diferentes. Isso significa que serviu de base a dezenas de eventos poéticos, tertúlias e sessões de poesia um pouco por todo o lado. Isso significa que pelo menos 100 pessoas seguem diariamente o que se passa na Praça. Isso significa que, quase sem dar conta (e quem deu conta?), a PRAÇA DA POESIA tem sido um verdadeiro serviço prestado aos poetas, à poesia, a todos os que por ela ou pela cultura se interessam.
Para comemorar esta data em que foram atingidos estes números, repito aqui o meu post predilecto desde que se abriu a Praça, a propósito da foto que encima esta mensagem:
O LAÇO DO POETA
Esta foto está patente, entre outras, num móvel do hall da minha casa. Entrando e saindo a todo o momento, há muito que não reparava nela.
Hoje deu-se o reencontro, quando estive a limpar-lhe o pó a ela e às suas congéneres.
E isso levantou outro pó e foi possível encontrar também na memória o tempo dos meus primeiros anos de professor, em que lia aos meus alunos, provocando-lhes momentos inolvidáveis ora de riso ora de lágrimas, O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos.
Aí, o Zezé ansiava repetidamente por ter um dia o seu laço de poeta.
Também eu me queixava muitas vezes, recordando essa simpática personagem, por nunca ter tido um laço ou, ao menos, uma gravata-borboleta como usaram alguns poetas que conheci, ao vivo ou em fotografias.
Afinal, a foto atesta que eu tive também o meu laço de poeta. Só que nessa altura não imaginava sequer o que era a poesia e só pelos 12 ou 13 anos comecei a versejar.
Só? Muito poucos devem ter começado mais cedo, embora só tenha publicado o primeiro livro de poesia aos 51 anos.
Hoje, tive saudades daquele laço, mas também daquele tempo... Sinal de que a idade avança e de que me sinto a regressar à infância até recuperar o meu laço de poeta...
Anthero Monteiro
Praça da Poesia, 18 de Setembro 2009