segunda-feira, 14 de junho de 2010

A casa espera















Os olhos seguem o tijolo
no alçar dos tectos














hastearam paredes, estenderam
para o alto os muros
zelosos
da sombra de si mesmos

subiram pelo ar
as varandas
vão exibir gestos, lenços
seios entreabertos

buracos negros
as janelas
escurecem
- é a noite que tem
onde ficar















no lugar dos vidros
as manhãs irão abrir
do sol
a imensa mão

entretanto a luz do dia
tropeça no ventre
da casa em construção.

Luiza Neto Jorge