Foto A.M.
Tenho a ventura fiel
e a ventura perdida:
uma é qual uma rosa,
e a outra como um espinho.
De tudo o que me roubaram
nunca fui despossuída:
tenho a ventura fiel
e a ventura perdida,
e estou tão rica de púrpura
como de melancolia.
Ai, como é amada a rosa
e que amante é o espinho!
Como o duplo contorno
dos frutos que gémeos vivem,
tenho a ventura fiel
e a ventura perdida…
Rosa do Mundo 2001 Poemas para o Futuro,
Lisboa, Assírio & Alvim, 2001
Poeta, diplomata e educadora chilena, n. em Vicuña em 1889 e morreu em Nova Iorque em 1957.
Foi Prémeio Nobel da Literatura em 1945.