segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um poema uma rosa
















Anthero Monteiro




não terá sido um poema
o que te pus nas mãos
para depois me dizeres
que o não entendes

não foi um poema
foi uma rosa

e não é uma rosa
um poema ininteligível?
e não é a beleza
o maior dos enigmas
tão grande pelo menos quanto a morte?

é verdade
que se não compreendes a rosa
também não foi uma rosa
o que te dei

mas repara:
não será que no mínimo
tens agora
as mãos perfumadas?

Anthero Monteiro,
Sete Vezes Sete Nuvens, Porto, Egoiste, 2010