segunda-feira, 4 de maio de 2009

Epígrafe








Relógio hidráulico
ou clepsidra in
www.amb-grece.fr/grece/berceau_democratie.htm





Murmúrio de água na clepsidra gotejante
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...


Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que
passa...

Eugénio de Castro, Oaristos,
Coimbra, Livraria Portugueza e Estrangeira, 1890