E o tempo a passar... Os segundos, os minutos, as horas, os dias sempre a desfilar, numa procissão que não pára.
É isso: o tempo. A vida a escoar-se, inexorável, e nós a consultar o relógio, como um saco roto que deixa cair todas as dádivas dos deuses, ou um recipiente partido com a água a sumir-se e a infinita sede a tomar conta de nós, a desvairar-nos, na perspectiva da folha ressequida, que não evitará tornar-se em pó.
E mede-se o tempo, para trás, aqueles segundos de respiração de que se ri a eternidade....
E mede-se o tempo para o adiante que julgamos pertencer-nos e que sabemos de antemão nos será roubado...
E consultamos de novo o relógio, todos os relógios que o homem inventou e que não conseguem devolver-nos o tempo vivido, o tempo emprestado, o tempo sempre sonegado...
E, enquanto ele voa - e outra coisa não sabe fazer -, prossigamos, este mês também com poemas, a...