segunda-feira, 21 de setembro de 2009
de pedra
é outono eu parto
deste amor cansado
e só pelo hábito
é que me arde o corpo
é outono e afiado
é maduro e aflito
e só por erosão
é que se come um fruto
é outono que estranho
e caem folhas de louro
de uma estátua de anjo
ouve-se o nevoeiro
Joaquim Castro Caldas, do baú,
Esposende, Silêncio da Gaveta, 1999