sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O laço do poeta
Fotógrafo Evaristo
Espinho, 1949(?)
Esta foto está patente, entre outras, num móvel do hall da minha casa. Entrando e saindo a todo o momento, há muito que não reparava nela.
Hoje deu-se o reencontro, quando estive a limpar-lhe o pó a ela e às suas congéneres.
E isso levantou outro pó e foi possível encontrar também na memória o tempo dos meus primeiros anos de professor, em que lia aos meus alunos, provocando-lhes momentos inolvidáveis ora de riso ora de lágrimas, O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos.
Aí, o Zezé ansiava repetidamente por ter um dia o seu laço de poeta.
Também eu me queixava muitas vezes, recordando essa simpática personagem, por nunca ter tido um laço ou, ao menos, uma gravata-borboleta como usaram alguns poetas que conheci, ao vivo ou em fotografias.
Afinal, a foto atesta que eu tive também o meu laço de poeta. Só que nessa altura não imaginava sequer o que era a poesia e só pelos 12 ou 13 anos comecei a versejar.
Só? Muito poucos devem ter começado mais cedo, embora só tenha publicado o primeiro livro de poesia aos 51 anos.
Hoje, tive saudades daquele laço, mas também daquele tempo... Sinal de que a idade avança e de que me sinto a regressar à infância até recuperar o meu laço de poeta...
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Hoje regressei também ao blogue, depois de me ter ausentado para parte incerta para uns dias de descanso e de sol... Não contava interrompê-lo, mas o hotel não tinha wireless, apesar de esse serviço estar anunciado, e só podia dispor de um computador onde o acesso à net só era feito através de moedas que se iam introduzindo numa maquineta. Peço, por isso, desculpa de nem sequer me ter despedido dos meus amigos e leitores.
Mas aqui estamos de novo e creio que é boa altura para encerrar este tema que dediquei abusivamente a mim próprio durante o mês de Agosto. Até já. Anunciarei logo que possível o tema seguinte.