quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Melancolia de um fim de Setembro






Foto de
Anthero Monteiro






Ó manhã, manhã,
manhã de setembro,
invade-me os olhos,
inunda-me a boca,
entra pelos poros
do corpo, da alma,
até ser em ti,
sem peso e memória,
um acorde só
do vento e da água,
uma vibração
sem sombra nem mágoa.

Eugénio de Andrade, Ostinato Rigore