quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Elegía de Septiembre



Casa natal
do poeta
colombiano

Foto by
Eduardo Rodgers in
www.panoramio.com






Cordero tranquilo, cordero que paces
tu grama y ajustas tu ser a la eterna armonía:
hundiendo en el lodo las plantas fugaces
huí de mis campos feraces
un día.
Ruiseñor de la selva encantada
que preludias el orto abrileño:
a pesar de la fúnebre muerte y la sombra y la nada,
yo tuve el ensueño.
Sendero que vas del alcor campesino
a perderte en la azul lontananza:
los dioses me han hecho un regalo divino:
la ardiente esperanza.
Espiga que mecen los vientos, espiga
que conjuntas el trigo dorado:
al influjo de los soplos violentos,
en las noches de amor, he temblado.
Montaña que el sol transfigura,
Tabor al febril mediodía,
silente deidad en la noche estelífera y pura:
¡nadie supo en la tierra sombría
mi dolor, mi temor, mi pavura!
Y vosotros, rosal florecido,
lebreles sin amo, luceros, corpúsculos,
escuchadme esta cosa tremenda: ¡HE VIVIDO!
He vivido con alma, con sangre, con nervios, con músculos,
y voy al olvido..

Porfirio Barba-Jacob, Poemas intemporales, 1943

Pseudónimo de Miguel Ángel Osorio, n. na Colômbia em 1883.
Antes deste pseudónimo, adoptara o de Ricardo Arenales, que usou até 1922, altura em que foi para a Guatemala e se viu obrigado a mudá-lo, por questões judiciais, uma vez que havia um homónimo. Peregrinou por toda a América, tendo vivido na Guatemala, Honduras, Costa Rica, El Salvador, Cuba, Peru e México, m cuja capital veio a morrer em 1942.

A propósito de pseudónimos:

Comigo, Antero Monteiro, aconteceu algo semelhante, embora não tenha havido qualquer recurso aos tribunais.
Não gosto de pseudónimos, prefiro arcar com as responsabilidades de tudo que escrevo. Mas, tinha eu já publicado vários livros com o meu nome próprio, fui um dia convidado para o lançamento de um livro de um homónimo.
Nessa altura, escrevi para a sua editora, alertando-a para o facto, uma vez que tal coincidência de nomes não seria benéfica para nenhum dos dois. O meu concorrente, contra quem nada me move, acrescentou um sobrenome: Antero Monteiro Fernandes. Eu, por via das dúvidas, adicionei, ainda que contra a vontade, um h ao meu nome literário: Anthero Monteiro.

Alguns julgam que terá sido por vaidade, mas foi o que rigorosamente se passou.
Mas, se preferirem, podem ver nesta alteração uma homenagem a um poeta que muito me influenciou na minha juventude - Antero de Quental - e que, na altura, se escrevia com um h.
Além disso, na etimologia, Anthero provém do grego antheros (florido, de anthos, flor), sendo o th transcrição fonética da letra teta (Θ).