quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O vinho






Selo iraniano
com a imagem
de Rudaki












É o vinho que mostra à luz do dia o valor dos homens
E que distingue dos servos os que nasceram livres.
Ele é o revelador de uma boa raça.
Quanta virtude está contida neste licor!
As melhores horas são aquelas em que se bebe,
Enquanto no jardim florescem rosas e jasmins.
Quantas cidadelas altivas o vinho soube forçar!
E quantas frangas rebeldes o vinho soube domar!
Quantos vilãos avaros fizeram, após beber,
Chover largas doações sobre o universo espantado!


Rudaki
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Rudaki, nascido em Panjrud, na Pérsia, actual Irão, no ano de 914 d. C., é considerado o pai da poesia iraniana e o primeiro a compor poemas no na língua do Novo Persa no alfabeto árabe. Morreu na pobreza em 943. Como a sua obra era religiosamente pouco ortodoxa, como se pode ver por este poema em que canta o vinho, proibido aos islamitas, foi considerado herético e foi cegado poucos anos antes de morrer com 30 anos de idade.