segunda-feira, 23 de março de 2009

À noite





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À noite
à ilharga do tempo
de mãos separadas
olhamos as estrelas.

Perdeste o isqueiro
e estás perturbada.
Tens razão:
deixaste para trás
um qualquer pertence
da realidade.

Hesitas se hás-de regressar
ao seu encontro
mas talvez te percas
exactamente aí
ao regressares.

Olha melhor as estrelas
é noite
e estamos à ilharga do tempo.

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, Dióspiro,
V. N. Famalicão, Quasi Edições, 2997