quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Domingo
Foto in
www.kleine-gallier.de
As vozes das crianças sobem altas no jardim,
Verticalmente e, como as flores,
De várias cores.
O Sol dir-se-ia estar parado e a tarde não ter fim.
Quantas vezes hei visto
Na minha vida este cenário ideal
E sempre igual!
Mas as flores são outras
E as crianças são outras
E nunca é o mesmo dia.
Tudo mudou. Nada mudou.
Tudo se foi. Nada se foi.
Se alguma coisa alguém perdeu,
Esse fui eu.
Cabral do Nascimento, Cancioneiro,
Porto, Editorial Inova, 1976