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Sinto-te respirar
enquanto a noite vai andando pelo mundo
e detrás das portas há mais silêncio
como se as palavras tivessem partido
Armários e cadeiras são como presenças
são presenças entre as paredes
e tudo vai vivendo de novo
sem perguntas em nós e sem mágoas.
Nas antigas memórias
onde tudo se acolhe
as vozes esperam o tempo
de renascer.
João Garção, in Inês Ramos (org.), Os Dias do Amor - Um poema para cada dia do ano,
Parede, Ministério dos Livros Editores, 2009
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Professor, natural de Portalegre (n. 1968), licenciado em História de Arte e mestre em História Contemporânea de Portugal, vereador da Câmara Municipal de Felgueiras, autor de Os Versos do Zé Povão, onde surge, aliás, o poema transcrito com o título apenas de "Sábado".
