Foto in
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O cego ao fim da rua e o violino
e este sol indolente de domingo
soprando uma ameaça de beleza
nas cabeças despenteadas
que surgem por acaso nas janelas
Abarcando tudo entrando em tudo
a música do cego ao fim da rua
insistente errada mas dormente
sem uma esmola no chapéu
E eu indiferente a tudo isto?
Que se passa Música de cego
que tanto me buliste sempre até cá dentro?
É a força que nasce?
Mário Dionísio, Poesia Incompleta,
Lisboa, Publicações Europa-América, 1966, 2.ª ed.