sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Viva o amor!
O amor é o AMOR. Assim como quem sente, assim como quem pensa, assim como a quem dói. Mas o amor é consciente, tem consciência de si e de quem ama. O Amor é eloquente, sabe dizer o que o intriga, o que lhe vai na alma. O amor é uma perturbação, uma verdade fulgurante, é uma dádiva que não se sabe de quem nem de onde vem, alimenta-se a si próprio de esperança e de projectos para o futuro.
O AMOR trabalha com o tempo, com a distância, molda o que o cerca às suas necessidades e ao bem-estar da pessoa amada. O Amor é uma orquestra muito bem afinada, só de dois músicos apenas e, às vezes, de uma cidade inteira. Pode dissolver-se como uma gota de água. Capaz de gerar uma revolução, pode morrer com uma gargalhada, ou uma frase maldosa numa carta escrita.
O AMOR é solidário, pode ser oferecido a muitos ao mesmo tempo, como nos hospitais ou nas famílias numerosas. O Amor é rebelde, não se verga aos interesses do dinheiro ou da política. O amor é revolucionário, desfaz todas as conveniências, todos os preconceitos, vai direito ao fim que se propôs: a felicidade.
O AMOR é a alegria, um estado puro do contentamento, às vezes um silêncio na paisagem do mar, uma praia deserta à luz das estrelas, uma voz de criança que começa a pairar. O Amor é o sumo das palavras, a bandeira do Poeta, a reflexão do cientista.
O AMOR respira-se. Ouve-se para acabar com todas as guerras, com todas as tragédias, com todas as raivas, só que há sempre um surdo, um infeliz por perto que não ouve a voz do Amor, que se esqueceu do beijo de sua Mãe quando era bebé. O Amor é transigente, esquece quem o ofendeu, quem o maltratou. O Amor convida os idosos a serem jovens, incita-os a uma esperança renascida, sopra nas brasas esquecidas e ateia os seus perenes fogos. O Amor dá asas aos pés, suavidade às mãos que acariciam, delicadeza às palavras roucas, fraternidade aos desamparados.
O AMOR acontece nos animais porque o Amor é um instinto de sobrevivência. O Amor é juvenil como juvenil é o casamento dos velhos. A idade do Amor é por excelência a juventude. O Amor não tem conta bancária nem cartão de contribuinte. O Amor é um estado de superação. O planeta Terra é feito de Amor. O Amor põe a nu as maldades, é o contrário da hipocrisia, da inveja, do negócio. Tudo o que é negociável não pertence ao Amor.
O AMOR é viajar, descobrir cem países diferentes, falar com todos, dialogar sempre. O Amor nunca poderia aprender-se na Universidade. O amor existe em todos nós ao nascermos como uma condição da existência. A evolução técnica e científica desenvolve-se à sombra do Amor. O Amor escreve-se!
Fernando Morais, Poetas da Rua, E. A., 2008.
N. em Mafamude -Vila Nova de Gaia (1935). Participou no Centro Ramalho Ortigão no fim dos anos 50. Completou o Curso de Pintura Cerâmica na extinta Escola Passos Manuel, em Gaia. Colaborou no jornal República e no Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa. Em 1967, foi obrigado a refugiar-se em Paris, perseguido pela Polícia Política. Foi um dos principais dirigentes da revista Peregrinação e organizou colóquios, exposições de arte e encontros literários internacioanis com emigrantes, neles reunindo pensadores, artistas e poetas de renome.Tem participado em muitas das noites de poesia realizadas no Grande Porto. Escreve crónicas semanais para diversos jornais regionais.É sócio dirigene da Associação dos Escritores de Gaia.
Algumas das suas obras, muitas delas edições de autor: A Cidade Adversa (1963), A Cidade Ocupada pela Poesia (1983), O Poeta Escondido (1998), Voltar a Gaia (2000), As Ruas da Comuna (Campo das Letras, 2002), Um Estalo na Modorra (Palavra em Mutação, 2003), Conversando com Rimbaud (2004), Quadrar (2007), Exclusivamente (2008), etc.
Tivemos o prazer de apresentar várias obras deste prolífico poeta e amigo, um permanente e intransigente lutador por uma sociedade mais justa, obsessão de que dão testemunho todos os seus escritos.
O AMOR trabalha com o tempo, com a distância, molda o que o cerca às suas necessidades e ao bem-estar da pessoa amada. O Amor é uma orquestra muito bem afinada, só de dois músicos apenas e, às vezes, de uma cidade inteira. Pode dissolver-se como uma gota de água. Capaz de gerar uma revolução, pode morrer com uma gargalhada, ou uma frase maldosa numa carta escrita.
O AMOR é solidário, pode ser oferecido a muitos ao mesmo tempo, como nos hospitais ou nas famílias numerosas. O Amor é rebelde, não se verga aos interesses do dinheiro ou da política. O amor é revolucionário, desfaz todas as conveniências, todos os preconceitos, vai direito ao fim que se propôs: a felicidade.
O AMOR é a alegria, um estado puro do contentamento, às vezes um silêncio na paisagem do mar, uma praia deserta à luz das estrelas, uma voz de criança que começa a pairar. O Amor é o sumo das palavras, a bandeira do Poeta, a reflexão do cientista.
O AMOR respira-se. Ouve-se para acabar com todas as guerras, com todas as tragédias, com todas as raivas, só que há sempre um surdo, um infeliz por perto que não ouve a voz do Amor, que se esqueceu do beijo de sua Mãe quando era bebé. O Amor é transigente, esquece quem o ofendeu, quem o maltratou. O Amor convida os idosos a serem jovens, incita-os a uma esperança renascida, sopra nas brasas esquecidas e ateia os seus perenes fogos. O Amor dá asas aos pés, suavidade às mãos que acariciam, delicadeza às palavras roucas, fraternidade aos desamparados.
O AMOR acontece nos animais porque o Amor é um instinto de sobrevivência. O Amor é juvenil como juvenil é o casamento dos velhos. A idade do Amor é por excelência a juventude. O Amor não tem conta bancária nem cartão de contribuinte. O Amor é um estado de superação. O planeta Terra é feito de Amor. O Amor põe a nu as maldades, é o contrário da hipocrisia, da inveja, do negócio. Tudo o que é negociável não pertence ao Amor.
O AMOR é viajar, descobrir cem países diferentes, falar com todos, dialogar sempre. O Amor nunca poderia aprender-se na Universidade. O amor existe em todos nós ao nascermos como uma condição da existência. A evolução técnica e científica desenvolve-se à sombra do Amor. O Amor escreve-se!
Fernando Morais, Poetas da Rua, E. A., 2008.
N. em Mafamude -Vila Nova de Gaia (1935). Participou no Centro Ramalho Ortigão no fim dos anos 50. Completou o Curso de Pintura Cerâmica na extinta Escola Passos Manuel, em Gaia. Colaborou no jornal República e no Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa. Em 1967, foi obrigado a refugiar-se em Paris, perseguido pela Polícia Política. Foi um dos principais dirigentes da revista Peregrinação e organizou colóquios, exposições de arte e encontros literários internacioanis com emigrantes, neles reunindo pensadores, artistas e poetas de renome.Tem participado em muitas das noites de poesia realizadas no Grande Porto. Escreve crónicas semanais para diversos jornais regionais.É sócio dirigene da Associação dos Escritores de Gaia.
Algumas das suas obras, muitas delas edições de autor: A Cidade Adversa (1963), A Cidade Ocupada pela Poesia (1983), O Poeta Escondido (1998), Voltar a Gaia (2000), As Ruas da Comuna (Campo das Letras, 2002), Um Estalo na Modorra (Palavra em Mutação, 2003), Conversando com Rimbaud (2004), Quadrar (2007), Exclusivamente (2008), etc.
Tivemos o prazer de apresentar várias obras deste prolífico poeta e amigo, um permanente e intransigente lutador por uma sociedade mais justa, obsessão de que dão testemunho todos os seus escritos.