quinta-feira, 25 de junho de 2009

Balada do Mar de Espinho






















Eram só três pescadores
Ou seriam trinta e três.
Quem vai agora contá-los
Um a um de cada vez?
Eram poucos e sozinhos
Mas foram eles os padrinhos
Desta cidade afamada
À beira do nosso mar.

Deram-lhe o nome de Espinho,
Outro também lhe servira
Pelo traçado das ruas
Onde o vento corre livre
Sem medo de tropeçar.

Com muito engenho e sucesso
De pequenina cresceu
Até à saturação.
Tem de tudo que é progresso
Menos ódio e poluição.

Entre o mar e o casario
As palmeiras logo acenam
O seu fraterno sinal,
A quem de longe ou de perto
Volta sempre com prazer
Em cada quadra estival.

Cidade de oiro e lazer,
Ó jóia da natureza,
A tua maior riqueza
Não vem dos jogos de azar,
Vem da força do trabalho
E dos encantos do mar!

Edgar Carneiro, Mar Amar - Poemas do Mar de Espinho,
Edição do autor, patrocinada pela Editora & etc., 1992

Nasceu em Chaves em 1913, mas, tendo ido leccionar para a zona de Espinho, ficou a viver nesta cidade desde 1967. É pai do poeta, já falecido, Eduardo Guerra Carneiro. Com 96 anos, planeia ainda publicar o seu 12.º livro de poesia, pois continua a escrever assiduamente.
O seu nome consta do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses (Publicações Europa-América – Vol. IV). O Município de Espinho acaba de lhe atribuir, no dia da cidade (16/6), uma segunda medalha de mérito. Fez parte desde a criação, há quase 12 anos, da Onda Poética, coordenada por Anthero Monteiro.