segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Teoria poética
O poema não diz como dizem as ruas da cidade,
as avenidas, as alamedas, as praças, as rotundas,
as artérias privilegiadas dos detentores de sentidos.
O poema, às vezes, tem frio, espera outros lugares
- caminhos das aldeias abandonadas que levam à casa
onde o forno arde ou a lareira crepita com lenha
de cem anos. Os caminhos que anda não se inscrevem
nos mapas, nas cartas topográficas, nos livros de
exercícios de estilo, nos manuais de escrita criativa.
Firmino Mendes, Um Segredo Guarda o Mundo, Guimarães, Pedra Formosa Edições, 1998
Poeta vimaranense, autor de outros obras:
A Terra e os Dias, Invocação e Ofícios, Ilha sobre Ilha, Fronteira Animal.