o que te pus nas mãos
para depois me dizeres
que o não entendes
Não foi um poema
foi uma rosa
E não é uma rosa
um poema ininteligível?
E não é a beleza
o maior dos enigmas
tão grande pelo menos quanto a morte?
É verdade
que se não compreendes a rosa
também não foi uma rosa
o que te dei
Mas repara:
não será que no mínimo
tens agora
as mãos perfumadas?
Anthero Monteiro, inédito
Santa Maria da Feira, 6 de Maio de 2005