domingo, 28 de setembro de 2008

Um poema uma rosa



















Não terá sido um poema
o que te pus nas mãos
para depois me dizeres
que o não entendes

Não foi um poema
foi uma rosa

E não é uma rosa
um poema ininteligível?
E não é a beleza
o maior dos enigmas
tão grande pelo menos quanto a morte?

É verdade
que se não compreendes a rosa
também não foi uma rosa
o que te dei

Mas repara:
não será que no mínimo
tens agora
as mãos perfumadas?


Anthero Monteiro, inédito
Santa Maria da Feira, 6 de Maio de 2005