domingo, 11 de outubro de 2009
Ouça lá, ó senhor vinho
Oiça lá, ó senhor vinho,
Vai responder-nos, mas com franqueza
Porque é que tira toda a firmeza
A quem encontra
no seu caminho
Lá por beberem um copinho a mais
Até pessoas pacatas
Amigo vinho em desalinho
Vossa mercê
faz andar de gatas
É mau procedimento
E há intenção naquilo que faz
Entra-se em desequilíbrio
Não há equilíbrio
que seja capaz
As leis da física falham
E a vertical de qualquer lugar
Oscila sem se deter
E deixa de ser
perpendicular
Eu já fui, responde o vinho
A folha solta a bailar ao vento
Fui raio de sol no firmamento
Que trouxe à uva
doce carinho
Ainda guardo o calor do sol
E assim eu até dou vida
Aumento o valor
seja de quem for
Na boa conta, peso e medida
E só faço mal a quem me julga
Ninguém faz pouco de mim
Quem me trata como a água
É ofensa, pago-a,
eu cá sou assim
Vossa mercê tem razão
É ingratidão falar mal do vinho
E a provar o que digo
Vamos meu amigo
a mais um copinho
Amália Rodrigues
Vai responder-nos, mas com franqueza
Porque é que tira toda a firmeza
A quem encontra
no seu caminho
Lá por beberem um copinho a mais
Até pessoas pacatas
Amigo vinho em desalinho
Vossa mercê
faz andar de gatas
É mau procedimento
E há intenção naquilo que faz
Entra-se em desequilíbrio
Não há equilíbrio
que seja capaz
As leis da física falham
E a vertical de qualquer lugar
Oscila sem se deter
E deixa de ser
perpendicular
Eu já fui, responde o vinho
A folha solta a bailar ao vento
Fui raio de sol no firmamento
Que trouxe à uva
doce carinho
Ainda guardo o calor do sol
E assim eu até dou vida
Aumento o valor
seja de quem for
Na boa conta, peso e medida
E só faço mal a quem me julga
Ninguém faz pouco de mim
Quem me trata como a água
É ofensa, pago-a,
eu cá sou assim
Vossa mercê tem razão
É ingratidão falar mal do vinho
E a provar o que digo
Vamos meu amigo
a mais um copinho
Amália Rodrigues