terça-feira, 11 de agosto de 2009

Longe














Hoje preciso da fronde dos teus cabelos
para substituir estas árvores doentes
Não sei bem se é a tua imagem
se o teu nome
se as palavras dos meus versos sobre ti
que chamo para se sentarem ao meu lado

É que já não tenho forças
para levantar esta mágoa de dentro da pele
e içar os meus passos até aí

Limito-me com estar longe
o que é um bom lenitivo
para quem não pode tocar-te

Anthero Monteiro, Canto de Encantos e Desencantos,
Vila Nova de Gaia, Corpos Editora, 2005,
2.ª edição